Francisco Moita Flores vai a julgamento, acusado de corrupção na construção de um parque de estacionamento em Santarém quando ainda era presidente da autarquia.
Apesar de ter passado recentemente por um susto enorme com a sua saúde, ele que esteve em risco de vida, na sequência de um enfarte do miocárdio que sofreu no dia 11 de setembro, quando se encontrava a dar autógrafos na Feira do Livro, em Lisboa.
Apesar de ter corrido risco de vida, a juíza não se deixou compadecer e avançou com a acusação contra o antigo investigador da Polícia Judiciária (PJ).
A juíza de instrução entende que Francisco Moita Flores tomou decisões que beneficiaram a empresa Alexandre Barbosa Borges (ABB), que construiu o referido parque subterrâneo na cidade.
Em troca, avança o Ministério Público que Moita Flores recebeu cerca de 300 mil euros da ABB, “por intermédio de sociedades comerciais ligadas ao respetivo grupo empresarial e ao filho” do, então, autarca de Santarém.
A concessão do referido parque foi atribuída em 2008 à ABB, numa parceria público-privada que envolvia nove milhões de euros.
Depois, a segunda fase da “empreitada” já não aconteceu, o que levou a que em vez de 764 lugares, o parque ficasse somente com 461 lugares de estacionamento.
Pelo contrário, a ABB ficou a seu cargo com a realização das obras à superfície, como as cafetarias e um espelho de água, cujo orçamento subiu a mais três milhões de euros. Estas obras deveriam ter ficado a cardo da autarquia.